Quinta-feira, 20 de maio de 2010 - 17:16 Criança pode escrever notícias do bairro e da cidade? Pode publicar o que escreve? Pode ter opinião? Pode analisar o que os jornais publicam? Responder a essas perguntas é uma das tarefas escolhidas por 1.043 escolas públicas de educação integral, que participam do programa Mais Educação.
O meio para trabalhar temas do cotidiano da escola e do bairro é o jornal escolar. O jornal é uma das atividades da educação integral pública que visa desenvolver nos estudantes habilidades de pesquisa, leitura, escrita, fotografia e contribui para a formação cidadã, explica o coordenador-geral de ações educacionais complementares da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Leandro Fialho.
Para qualificar o trabalho dos monitores responsáveis pelo jornal em cada escola, o Ministério da Educação assinou nesta quinta-feira, 20, em Brasília, um acordo de cooperação com a ONG Comunicação e Cultura, de Fortaleza, e com o Instituto C&A de Desenvolvimento Social, de São Paulo.
Pelo acordo, a ONG Comunicação e Cultura será responsável por diversas ações, entre elas, produzir materiais pedagógicos para as escolas sobre o que é e como se faz um jornal escolar, como criar na internet um site do jornal escolar, imprimir os jornais e capacitar monitores para utilizar esses instrumentos. A qualificação dos monitores, segundo Daniel Raviolo, coordenador da Comunicação e Cultura, terá duração de um ano e certificado de extensão universitária.
O modelo de jornal escolar desenvolvido pela ONG tem 16 páginas, em preto e branco, quatro edições anuais e tiragem de até 1 mil exemplares para a escola e a comunidade do entorno. Para fazer o jornal, a escola recebe um CD com sugestões de diagramação e ilustração.
A participação dos alunos, diz Daniel Raviolo, é a parte mais importante do jornal escolar. São eles que vão discutir a pauta de cada edição, as ilustrações, as fotografias e como vão trabalhar cada assunto. A atividade pode começar com uma pergunta, segundo Raviolo: as notícias do nosso bairro a gente lê em algum lugar?
A partir daí, os estudantes vão pesquisar na comunidade o que ela está fazendo e o que pode ser notícia, vão recolher histórias e também devem opinar sobre os fatos. Um jornal feito assim, na avaliação da Raviolo, é não só um aprendizado de como fazer, mas um mergulho na vida do bairro e uma possibilidade de transformação dos estudantes e de suas famílias.
No acordo, será responsabilidade do Instituto C&A de Desenvolvimento Social garantir recursos técnicos e financeiros para elaborar, aprimorar, sistematizar e disseminar a metodologia do jornal escolar. O acordo de cooperação tem duração de 12 meses, mas pode ser renovado.
Mais Educação – O programa Mais Educação é uma política do governo federal de assistência técnica e transferência de recursos a estados, Distrito Federal, municípios e escolas para a oferta de educação integral. São prioridades do programa as regiões metropolitanas e cidades onde crianças vivem sob risco social e violência. O Mais Educação começou em 2008 e hoje está presente em 10 mil escolas nas 27 unidades da Federação. No conjunto, atende 2,1 milhões de alunos do ensino fundamental e médio.
Ionice Lorenzoni Palavras-chave: Educação integral, Mais educação
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